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oi, sumida
o mercúrio retrógrado faz coisas inacreditáveis
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Esses dias, uma amiga aceitou o convite pra tomar um drink com um cara - senta aqui comigo rapidinho se você faz parte do grupo que tem um certo PAVOR de primeiro date.
Lá pelas tantas, veio aquela boa e velha pergunta que acaba vindo de um lado ou do outro no primeiro encontro (apesar de nunca ser uma ideia brilhante, afinal, por que sempre estamos tão interessados no passado?)
"Você já namorou?" Na hora ela respondeu que sim.
Uma pausa rápida na história para uma informação importante: ela sempre namorou. Isso significa que ela é uma mulher carente e emocionalmente ausente em alguma questão da sua vida?
Não. Significa que ela é ariana e, 90% do tempo, gosta de enxergar as relações como desafios. Ela tem naturalmente essa coisa de querer conquistar as pessoas, mas sem fazer isso simplesmente pelo prazer de jogar e saber que ganhou - ok, às vezes sim. Mas, na maioria das vezes, ela se apaixona de verdade.
Seu último relacionamento durou 7 anos. Agora, ela está solteira há oito meses e tem 29 anos - não que a idade seja de extrema importância. Só significa que seu último e mais sério relacionamento começou quando ela tinha 22 anos (um bebê!).
Mas, voltando pro date: é óbvio que ele perguntou há quanto tempo ela estava solteira. É tipo um script que as pessoas seguem pra entender (1) o quão bem resolvida você tá com o término; (2) o quanto você já aproveitou a solteirice; e (3), com base na análise das duas perguntas anteriores, se você é uma candidata para estar em algo mais sério com o “querido” à sua frente.
Eis que o cara lança a seguinte frase depois de saber que ela estava solteira há pouco tempo: “Você já parou pra pensar que toda a sua primeira fase adulta você estava comprometida?”
Ela saiu para tomar um drink despretensioso e, de repente, entendeu por que estava se sentindo uma espécie de ET nos últimos 8 meses. Com uma única pergunta, o “querido” saiu do status de possível pessoa que ela iria beijar naquela noite para alguém que ia responder à pergunta do milênio: por qual razão os homens ficaram tão estranhos? Cadê o sexo masculino sendo, sei lá, romântico?
Em seu quarto Cosmopolitan - drink preferido da nossa amiga (alou Carrie Bradshaw, você é a culpada!!!) -, antes que ela percebesse, a seguinte frase saiu de sua boca:
“assim, não que um dia vocês tenham sido ótimos, mas é que agora vocês estão realmente horríveis.”
Preciso dizer que ninguém beijou na boca nesse dia?
Desde lá, algumas coisas ficaram mais claras: ela entendeu que estamos vivendo na época do “emocionalmente indisponível”. Dos homens com H maiúsculos e minúsculos. Das descrições infinitas sobre o que esperamos em uma relação ou não em aplicativos. Como se fôssemos uma refeição no cardápio. Como se hoje, de fato, o mistério de conhecer o outro já não tivesse mais graça: precisamos saber de tudo e nos iludirmos na suposta “segurança” antes de nos envolvermos minimamente.
Estar solteira hoje em dia é como se fossemos espectadoras de um programa do qual não conseguimos acompanhar o enredo. Tudo acontece muito rápido e ninguém sabe muito bem o que está fazendo - o que não é necessariamente uma coisa ruim.
Enfim, essa é pra ser a nossa primeira conversa. O nosso comeback depois de um período de seca. Mas prometemos voltar com histórias de quase amor e completo desespero incríveis, dessa mesma amiga e de muitas outras (lembre-se: nossa DM está sempre aberta!) que vamos dividir com vocês como se estivéssemos juntas, tomando uma garrafa de vinho que passamos horas escolhendo no rappi turbo e que, no fim, resolvemos comprar o de sempre: nem muito caro, nem muito barato, mas com um belíssimo rótulo.
Afinal, o meio termo também é bom, certo?
Nos vemos logo. Prometemos risadas.
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